Post: Episódio #19 30 minutos de Neuromarketing: Neuromarketing

Neste episódio a a Fastest Brasil representada por sua Diretora de Marketing, e João Pentagna, sócio-fundador da Atingir+, entrevistaram  Sérgio Czajkowski Jr, Docente em cursos de Graduação e Pós-Graduação, Doutorando em Administração, Consultor nas áreas de Planejamento Estratégico, Gestão de Pessoas, Vendas e Marketing.

O intuito deste episódio foi dar uma visão mais geral do neuromarketing e trazer uma visão do tema de quem está no mundo acadêmico brasileiro há mais de 20 anos.

Episódio 20: Neuromarketing no mundo acadêmico

Tópicos abordados neste Podcast:

– aplicação do neuromarketing no processo de obtenção de resultados

– pesquisas de neuromarketing nas empresas como fortalecimento de suas marcas

– neuromarketing auxiliando no entendimento do comportamento de compra e consumo

– aplicação prática do neuromarketing no Marketing de Varejo

– como o meio acadêmico enxerga o neuromarketing

Cibele inicia o episódio mencionando um post do Linkedin em que Sergio coloca que, hoje um negócio apenas conseguirá prosperar de forma sólida e perene caso seja capaz de superar as expectativas dos seus (potenciais) clientes por meio de conhecimentos oriundos de setores como o Marketing e a Inovação e cita a frase dele abaixo:

“Se uma empresa, na atual conjuntura, deseja progredir, bem como ser capaz de obter os resultados mais robustos e expressivos, ela deve ser capaz de combinar dois aspectos essenciais: a força humana (apoiada pelas novas tecnologias) e a força biônica (constituída por máquinas com inteligência artificial – IA) em prol de uma sociedade mais humana, justa e colaborativa.”

Sergio explica que esse conceito de força humana e força biônica foi extraído do livro “Marketing 5.0”. Hoje estamos vivendo uma transição entre a sociedade 4.0 e 5.0. A 4.0 é fruto da revolução tecnológica, digital, e surgiu massivamente a partir dos anos 90. Nessa sociedade estabeleceu uma leitura excessivamente focada na tecnologia, a tecnofilia. Trouxe uma série de benefícios para nossa facilidade do dia a dia trazendo vantagens e facilidades, mas ao mesmo tempo “se esfriou”, ou seja, as pessoas se afastaram fisicamente aos poucos. Vivemos em uma sociedade na qual as pessoas não trocam mais experiências.

O conceito 5.0 não é negar a tecnologia, mas humanizá-la. A ideia é trabalhar o conceito H2H: humano para humano onde volte a ocorrer a real interação entre as pessoas. Devemos ser rebeldes e contestadores e, ao mesmo tempo, caminhando no trilho da ética (inovação, sustentabilidade e foco no ser humano).

Sergio diz que a aplicação do neuromarketing em todo esse processo está na proposta humanizadora, enxergando o ser humano como ser biológico ao contrário do racional que idealizamos.

Cibele complementa dizendo que imagina a dificuldade desse processo de humanização em um momento em que é lançado e se falta tanto no metaverso e cita uma previsão de Bil Gates de que em 3 anos as reuniões virtuais não acontecerão mais presencialmente.

Cibele comenta que o trabalho de branding para as marcas é imprescindível para o sucesso de qualquer organização. Empresas que são desprovidas de marcas fortes e relevantes dificilmente se mostram aptas a desenvolverem estratégias de sucesso no médio e no longo prazo e pergunta como Sergio vê as pesquisas de neuromarketing nas empresas como fortalecimento de suas marcas.

Sérgio responde dizendo que uma das principais vantagens da leitura do neuromarketing é que, a partir desses conhecimentos vindos de Paul Maclean, não somos as pessoas que imaginávamos ser no passado que tinham padrões cartesianos. Para a área de negócio, o neuromarketing se afasta de padrões de dados demográficos que geram estereótipos e privilegia os implícitos, comportamentos e atitudes, se preocupando em como as pessoas operacionalizam o comportamento de compra. Desta forma passamos a estudar as pessoas não por etnia, gênero, idade ou grau de escolaridade, mas por estilo de vida – que é o segredo de uma marca forte. Cita a Harley Davidson que é uma marca como exemplo.

Sérgio ministra aulas de Comportamento do Consumidor e estuda Psicanálise. João comenta que sempre achou que somente a Psicologia do Consumidor não dava todas as respostas em relação ao comportamento de compra e consumo. Pergunta para o Sérgio como ele enxerga que o neuromarketing pode ajudar neste entendimento.

Sergio diz que se nota que boa parte dos Professores estão filiados a alguns clãs, como igrejas e seitas, onde ficam mais preocupados em deslegitimar outras linhas de pensamento do que estimular novas linhas de estudo. Muitas vezes disputam espaços para comprovar quem está correto e Sergio diz que diferentes linhas levam a mesma conclusão, ou seja, são complementares.

Os estudos de Comportamento do Consumidor nasceram dos cursos de Administração de Empresas que foram introduzidos por mestres americanos na época de Getúlio Vargas. A formação então faz a leitura de que boa parte do nosso comportamento de compra se deve a estímulos racionais assim como as pessoas poderiam ser agrupadas por seguirem os mesmos padrões. O neuromarketing questiona os efeitos práticos dessas teorias.

Trazer conhecimentos de outras linhas de pesquisa nos aproxima mais da verdade. O segredo está na intersecção de estudos do que um puro.

Os cursos de negócios deveriam formar profissionais para a realidade do mercado, pronto para ingressar nas organizações e ganhar dinheiro. O ambiente acadêmico ainda é muito hostil em relação ao assunto neuromarketing muitas vezes porque os professores que vivem em seus feudos de 20~30 anos atrás terão que estudar novos assuntos.

Sérgio lidera um grupo de estudos de Marketing de Varejo e o impacto das novas tecnologias dentro do que é chamada de Sociedade da Informação. Diz que existe um mito de que o varejo tradicional vai acabar e tudo vai migrar para o online. Hoje vivemos um fenômeno chamado de phygital que é a materialização de alguns processos digitais. Chegou-se a conclusão de que, em alguns momentos, as pessoas querem ter experiencias físicas e tangíveis não só para comprar, mas para “degustar” os processos.

Antigamente pensava-se que o processo de compra acontecia em “Y” sendo que uma parte das pessoas compravam 100% online e, a outra parte, havia o consumidor mais tradicional que preferia fazer a compra totalmente offline. Hoje o que se percebe é que o processo de compra acontece em um modelo matricial de 4 etapas: pesquisa, compra, retirada e, eventualmente, troca acontecendo de maneira independente e aleatoriamente nos ambientes on e off. Esses ambientes não são concorrentes, mas complementares. A integração é fundamental, por isso é importante a preocupação com o omnichannel.

As pessoas hoje buscam as experiencias do Ponto de Venda, mas que para exista este deslocamento tem que valer a pena, ser diferente. As lojas não só devem vender produtos, mas também sensações: Retail Experience Design. Justamente por isso que o cinema sobrevive a TV em casa – não se trata somente do filme em questão.

Gostou do Conteúdo?
Compartilhe!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba Conteúdos

Filtre por Categoria